Prémio
Reabilitação Urbana | Reabilitação de edifício habitacional
CASA ANTÓNIO PATRÍCIO. Habitação. Porto. 2016-2018
Rua António Patrício, Porto
PROMOTOR
Entidade Promotora:
Cristina Coelho e Frederico Burmester
EXECUÇÃO
Entidade Construtora
Coeng Construção (Cobertura - FL Construções)
PROJECTO
Autor do Projeto
Joana Leandro Vasconcelos (com colaboração de Mafalda Cabeleira)
Arquitetura
Atelier in.vitro

A Casa António Patrício está integrada num conjunto de três casas iguais e insere-se num lote estreito e comprido com três pisos, um deles em cave, duas frentes e jardim nas traseiras. Apesar do razoável estado de conservação em que a casa se encontrava, a fachada posterior já tinha sofrido alterações que a descaracterizavam e tornavam necessária a sua intervenção.

 

O piso -1, em pior estado de conservação, e com uma relação direta com o jardim que se pretendia potenciar, foi alvo de uma maior transformação. Neste piso assumiu-se uma linguagem mais contemporânea através da criação de um espaço único, com aberturas mais francas para o logradouro, de forma a conferir-lhe um carácter mais nobre, e com as paredes existentes em alvenaria de pedra caiadas de branco, contrastando com os pilares em ferro fundido instalados, em substituição dos pilares em betão existentes. Também o acesso interior a este piso, bastante degradado e com um carácter mais secundário, foi alterado, dando lugar a uma escada interior metálica constituída que se desdobra e liga os dois pisos, agarrando-se ao piso superior através de um ripado em madeira. Nos dois pisos superiores, que mantiveram o uso original, salas e quartos, a intervenção foi pontual, decorrente de necessidades específicas, optando-se pela preservação de tetos, soalhos e carpintarias interiores. Nas instalações sanitárias e na cozinha procurou-se adotar materiais de revestimento compatíveis com os existentes, como a marmorite, de forma a manter alguma continuidade entre os espaços.

 

A fachada posterior, que se encontrava em muito mau estado de conservação, teve de ser substituída por uma nova fachada em estrutura de madeira, repondo os materiais e alinhamentos originais, com a aplicação de chapa ondulada na zona central, rebocando o volume lateral em alvenaria de pedra correspondente às instalações sanitárias. Em ambas as fachadas, as janelas, que se encontravam num estado de conservação muito precário, foram substituídas por réplicas em madeira, melhorando a eficiência energética e o comportamento acústico do edifício.

 

A relação com o jardim a partir do piso 0, através de uma escada exterior de tiro em betão, construída em data incerta, mas seguramente posterior à construção original, foi também alvo de transformação e deu lugar a uma nova escada em estrutura metálica com degraus revestidos a madeira e guarda metálica em rede, inspirada nos desenhos originais da fachada.