REABILITAÇÃO DO CASTELO / MUSEU DE SINES - REABILITAÇÃO DO CASTELO / MUSEU DE SINES
Trata-se de uma intervenção integrada que envolve o agora musealizado Paço dos Governadores Militares, o terreiro, a muralha e a praça adjacente à porta de armas, o Largo Poeta Bocage. É uma reabilitação com respeito pelas estruturas construtivas e espaciais com valor histórico/patrimonial, rigor na reabilitação da muralha, dos madeiramentos, nomeadamente da estrutura aparente das coberturas, dos rebocos e das pinturas dos tectos. As estruturas introduzidas na praça adjacente à porta de armas têm bom desenho, potenciam os equipamentos existentes nesse espaço e não comprometem as estruturas arqueológicas que poderão existir no subsolo.
O projecto de recuperação do castelo de Sines assentou numa série de princípios simples e claros, com o objectivo não só de garantir a conservação e reutilização deste imóvel classificado, mas também de impulsionar a revitalização do centro histórico. O castelo é o centro natural da cidade. É referido pela primeira vez no foral de D. Pedro I, que impõe aos habitantes da nova vila a sua construção como contrapartida para a independência municipal. É graças à segurança que ele vem trazer que Sines se pode desenvolver. A recuperação da estrutura edificada baseou-se em princípios de intervenção mínima, conservando-se o mais possível os materiais existentes, substituindo apenas aqueles, cujo estado de degradação punha em causa a segurança do conjunto e introduzindo as alterações estritamente necessárias à nova utilização ¿ estas, sempre que possível, reversíveis. Logo a partir da fase de projeto, houve um acompanhamento arqueológico permanente e uma investigação arquivística de base, que se cruzaram e permitiram que a própria intervenção. integrasse um processo de interpretação da arqueologia vertical dos edifícios. Era necessário recolocar o castelo no dia-a-dia das pessoas. Assim, a abertura de uma nova porta na muralha - à semelhança de outras que comprovadamente existiram e foram encerradas ¿ veio permitir o atravessamento, integrando o espaço nos principais percursos pedestres pela cidade, abrindo literalmente a porta para o Largo João de Deus, que assim ganhou uma nova importância na hierarquia urbana. Por outro lado, o Largo Poeta Bocage, onde se situa a antiga porta de entrada, foi repensado como espaço destinado à juventude, fundamental para a revitalização do centro histórico, pelo que o equipamento instalado convida à pausa, à permanência, à conversa e à festa, com duas plataformas de madeira, onde podem assentar esplanadas, ou servir de base a eventos culturais, articuladas com bancos, numa atitude de grande informalidade.
(extrato da Memória Descritiva)