REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO DA MOURARIA - REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO DA MOURARIA
Troço A
"O Largo do Intendente, na continuidade da Rua do Benformoso, constitui o limite norte do percurso patrimonial e cultural da Mouraria. (...)
A par das antigas instalações da fábrica Viúva de Lamego, memória da revolução industrial, destaca-se igualmente a presença do edifício de gaveto, projeto do Arquiteto Adães Bermudes, galardoado com o prémio Valmor em 1908. (...)
O principal pressuposto da requalificação consistiu em valorizar e salvaguardar os valores patrimoniais urbanísticos e ambientais, criando condições indutoras à dinamização e interação social. Para tal, privilegiou-se a criação de um espaço pedonal amplo e contínuo, possibilitando a instalação de esplanadas e a realização de eventos públicos. A arborização do Largo é constituída por Plátanos na sequência da estrutura arbórea preexistente, e por Freixos, outra espécie adaptada ao local relacionada com o seu elemento matricial: a água.
A intervenção procura reconciliar a diversidade arquitetónica dos edifícios que definem o espaço com a singularidade dos elementos vivos e escultóricos presentes no mesmo, numa analogia com a coexistência ancestral no bairro de diferentes comunidades e culturas. Pretendendo-se uma ligação inequívoca à cidade, o projeto privilegiou a abertura pedonal e visual à Rua da Palma, num apelo à visita e estada."
(Resumo dos autores)
Troço B
"É ponto de partida para a requalificação urbanística e ambiental da Mouraria a intervenção no espaço público, que se espera que seja centelha indutora, em conjunto com as restantes ações previstas para a área da reabilitação urbana, da requalificação e da potenciação da atratividade, nas suas diversas componentes - com relevo para as de fixação de população e a turística, do núcleo histórico da Mouraria.
(...) Propõe-se uma intervenção desenhada segundo critérios de contemporaneidade, harmonizada e em estreita consonância com o lugar nos seus aspetos ambientais, formais e de materiais aplicados. Recorre-se ao uso e reutilização dos materiais existentes: o calcário, o basalto e o granito.
Sobrepõem-se questões de ordem semântica: a intervenção deve refletir a hierarquia que se estabelece na estrutura urbana, ser contextual no domínio da identidade do local e, paralelamente, transmissiva da diversidade formal dos espaços que a compõem.
Pretende-se, ainda, enfatizar as características do lugar, através de um desenho de pavimentos, formalmente depurado que, inserido numa matriz tipológica, contribua para a ligação, continuidade e identificação dos diferentes espaços que constituem o tecido urbano da Mouraria. Aliam-se a estes objetivos as preocupações no domínio da segurança, conforto, resistência e durabilidade."
(Resumo dos autores)