Menção honrosa
Construção de Promoção Municipal e Regional
EMPREENDIMENTO DE 84 FOGOS EM PONTE DE ANTA
Espinho
PROMOTOR
Município de Espinho
EXECUÇÃO
Link ¿ Empreitadas de Obras Públicas e Privadas, A.C.E.
PROJECTO
Alfredo Ascensão & Paulo Henriques, Arquitetura, Lda.
COMENTÁRIO DO JURI
Trata-se de um notável projecto de intervenção urbana,de grande qualidade arquitectónica, para realojamento de famílias com carências habitacionais. Edifício constituído por vários blocos habitacionais e de comércio, servidos por garagem colectiva na cave, tem uma excelente imagem urbana, socialmente não segregadora dos seus futuros utilizadores. Apesar da escala do empreendimento, a volumetria é criteriosamente recortada e as diferentes escalas dos elementos arquitectónicos criam tensão e estímulo ao observador. A estruturação em pequenos pátios dos espaços exteriores criam privacidade e atratividade. No interior dos edifícios, os espaços, colectivos e privados, são sublinhados por materiais diversificados e pormenores cuidados, designadamente, em termos de tipos de acabamentos e de conforto ambiental (luz natural e ventilação). A avaliação desta intervenção foi penalizada por se terem observado anomalias resultantes de deficiente execução na fase de construção, sendo já visível alguma degradação, mesmo antes da ocupação do empreendimento.

O empreendimento é constituído por cinco edifícios de habitação multifamiliar, que faz parte do sector B de um Estudo Urbanístico do INH. O referido empreendimento está integrado no âmbito do Programa Especial de Realojamento, A implantação dos edifícios propostos associou-se claramente às duas vias projectadas, havendo ainda a preocupação de integrar as diversas funções previstas, de modo a evitar a estanquicidade dos sectores e assim criar espaços multifuncionais de utilização permanente. Relativamente ao Sector B, optou-se por implantar os cinco edifícios perpendicularmente ao arruamento (frentes a nascente-poente), sendo estes ligados por uma pala/galeria que protege um percurso associado aos equipamentos/estabelecimentos comerciais/ serviços públicos, previstos no extremo sul do rés-do-chão dos referidos edifícios (oitenta e quatro fogos e seis estabelecimentos de comércio/serviços). Optou-se por privilegiar a construção de volumes predominantemente horizontais, em quatro pisos ¿ cave, rés-do-chão e três pisos ¿, contemplando em si várias tipologias e estabelecimentos de forma a dar resposta às necessidades da zona. As tipologias apontadas para estes edifícios de quatro pisos desenvolvem-se através de caixa de escadas distribuindo para quatro fogos por piso (dois T2 e dois T3), à qual se associou um espaço destinado a um elevador. O que nos parece mais interessante neste esquema é a garantia de praticamente todos os compartimentos usufruírem de luz natural, para além de serem garantidas as ventilações transversais de todos os fogos. Foram garantidas na construção as caves destinadas a aparcamento automóvel. Na fronteira norte deste sector, de ligação à Rua da Divisão, prevê-se a criação de uma zona verde arborizada, atravessada por percursos pedonais com um carácter mais orgânico. 

(extrato da Memória Descritiva)