REQUALIFICAÇÃO DO MUSEU MUNICIPAL ABADE PEDROSA E CONSTRUÇÃO DA SEDE DO MUSEU INTERNACIONAL DE ESCULTURA CONTEMPORÂNEA Museu Internacional de Escultura Contemporanea - REQUALIFICAÇÃO DO MUSEU MUNICIPAL ABADE PEDROSA E CONSTRUÇÃO DA SEDE DO MUSEU INTERNACIONAL DE ESCULTURA CONTEMPORÂNEA
Os dois projetos, encomendados pela Câmara Municipal de Santo Tirso, tiveram origem na premência de intervir no Museu Municipal Abade Pedrosa (MMAP) instalado no Mosteiro de Santo Tirso, cenóbio beneditino classificado como monumento nacional, bem como na necessidade de construir um espaço de acolhimento para o Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC).
MIEC
A implantação do novo Museu teve em conta o sítio de exceção em que se situa, bem como a definição e adaptação à envolvente e ao Mosteiro de Santo Tirso, edifício no qual se situa atualmente o Museu Municipal Abade Pedrosa.
O Mosteiro de Santo Tirso definiu desde o início as premissas da volumetria do novo Museu. Este edifício encontrou o limite inferior da cornija do Mosteiro como a sua cota máxima, de modo a não perturbar nem a sobrepor-se a este edifício histórico com o qual terá que estabelecer uma relação de continuidade física.
Esta ligação é feita através de um ¿braço¿ que parte do volume principal. Para esta ligação se realizar, foi demolido o anexo aí existente, que não dignificava a imagem do Mosteiro.
A definição da volumetria proposta resultou da intenção de delimitar o Largo de acesso ao novo e simultaneamente ao Antigo Museu.
A disposição do edifício paralelo ao muro Norte/Nascente, resolve: a transição de cotas entre a base de ambos os edifícios no confronto com a Misericórdia de Santo Tirso; reposição da ligação anulada entre a Misericórdia de Santo Tirso e Rua Unisco Godiniz; criação de um caminho de emergência contra incêndios desde o piso -1 à via pública; introdução de iluminação natural aos espaços de exposição no piso -1.
O esquema adotado para a implantação ganha particular sentido na organização funcional do Museu. A partir da entrada principal, voltada para o antigo Museu, acede-se ao átrio que estabelece a ligação com o Museu Abade Pedrosa, com a recepção e os acessos verticais.
No piso térreo desenvolvem-se, no seguimento do átrio e por esta ordem: loja, cafetaria, administração, centro de documentação. No culminar deste percurso encontra-se a entrada de serviço do edifício, onde se localiza o elevador monta-cargas que transporta os conteúdos da cota da rua à zona de armazém/arquivo que serve as salas de exposição piso -1. Neste desenvolve-se: a segunda área expositiva polivalente (repartida em 3 salas abertas ao público), a área de estudo e lazer, os sanitários públicos e a área técnica e de arquivo. No subsolo, destacada da área de implantação do MIEC e do lado Nascente da Capela, localiza-se a sala técnica reservada às instalações mecânicas do edifício.
Construtivamente o novo Museu é constituído por paredes de betão revestido pelo interior com gesso cartonado de alta densidade (exigidas nas salas de exposição); na face exterior foi usado o sistema ETICS em base de lã mineral de alta densidade, revestido com reboco liso reforçado e pintado a branco, tal como a envolvente com a qual se confronta. Um lambrim de granito, define o embasamento, também visível nos edifícios existentes.
As paredes interiores em tabicaria metálica de gesso cartonado de alta densidade, estão protegidas, na sua maioria, por um lambrim de mármore nas zonas de público, ou por um rodapé em mármore nas zonas expositivas. As lajes são mistas, em betão armado sobre perfis de ferro. À excepção das zonas técnicas e de serviço onde foi aplicado pavimento auto-nivelante ou granito, o material usado no pavimento é mármore.
MMAP
O Museu Municipal Abade Pedrosa encontra-se instalado na antiga hospedaria do Mosteiro, edifício que integra o conjunto patrimonial designado por Mosteiro de Santo Tirso, imóvel classificado como Monumento Nacional.
O edifico tem dois pisos, embora só o piso superior, à cota da rua Unisco Godiniz, pertença ao Museu. De planta retangular e desenvolvimento longitudinal, é configurado a Oeste por um corredor de circulação e, a Este, por várias salas de dimensões diferentes e com ligações pontuais entre si. O acesso às salas é realizado através do corredor, por várias portas, por vezes mais do que uma por sala.
O edifício, de alvenaria de granito, apresenta os paramentos rebocados com uma argamassa de saibro, pintados a branco, mantendo-se o granito aparente nos elementos estruturantes do edifício, caixilharias, pilares, fenestrações, entablamentos, etc.
O alçado Oeste, de dois pisos, exibe portas e janelas no piso superior, alinhadas por aberturas no piso térreo por meio de painéis de recorte serpentino. As janelas do andar superior, mais trabalhadas, apresentam frontões vazados e interrompidos, interior e exteriormente delimitados por linhas contracurvadas.
O alçado sul tem um frontão muito realçado, onde se inscreve um monumental brasão da Ordem de S. Bento. Simétrica à janela existente, foi reposta uma outra janela trifoliácia de igual recorte, no lugar onde funcionou a porta de entrada do museu até ao início das obras.
A proposta de intervenção assenta em dois princípios: preservar as características arquitetónicas do edifício existente e repor os elementos que devolvam a sua composição original e, concomitantemente, dotar o equipamento de estruturas necessárias ao regular funcionamento, designadamente no que concerne às questões decorrentes da aprovação do Plano de Segurança, às condições de acolhimento do público e às condições expositivas da galeria de exposições temporárias e permanentes.
Organização funcional em quatro áreas principais: um primeiro espaço intermédio entre os dois museus, com recepção, instalações sanitárias de apoio e acesso à área técnica a localizar na cobertura; um corredor de circulação com uma área destinada à exposição multimédia e acessos a todas as salas do museu; um auditório para 56 pessoas, com mobiliário móvel de forma a permitir a flexibilidade da sala; 7 salas de exposição, atravessadas por um percurso, alternativo ao corredor, com um móvel expositivo (vitrina) por sala.
Estas vitrinas servem simultaneamente como móvel expositivo, armazenamento, espaço necessário para acesso a áreas técnicas (quadros de coletores do pavimento radiante) e como elemento de suporte à iluminação das salas.