EMPREENDIMENTO DE 40 FOGOS NA TRAVESSA DE SALGUEIRO - EMPREENDIMENTO DE 40 FOGOS NA TRAVESSA DE SALGUEIRO
Menção honrosa
Construção de Promoção Municipal
EMPREENDIMENTO DE 40 FOGOS NA TRAVESSA DE SALGUEIRO
Porto
PROMOTOR
Município do Porto
EXECUÇÃO
Arquiteto Carlos Veloso
PROJECTO
F.D.O. - Construções, S.A.
COMENTÁRIO DO JURI
Num extenso e esguio quarteirão urbano e de grande declive, implantam-se vários edifícios multifamilares,de habitação e comércio, formando um conjunto que nos supreende pela sua unidade, qualidade arquitectónica e atractividade. Os edifícios ajustam-se às diferentes solicitações formais da envolvente, mais urbana, ou mais de vizinhança e às diferentes altimetrias do terreno, numa subtil versatibilidade. No interior das habitações realçam-se, quer as interessantes inovações no relacionamento entre espaços de cozinha e de sala-comum, quer as carpintarias, de desenho criativo e delicado que marcam, de uma maneira inovadora, a funcionalidade e a espacialidade do habitar.
A intervenção preconizada situa-se no contexto do lugar sedimentado pelo passado e na urgência de adaptação à forma urbana contemporânea. O modo como o edifício se posiciona e se relaciona transmite-se num desenho de traçado que se apoia no contexto envolvente imediato, baseado numa relação de ¿continuidade¿ e, ao mesmo tempo, de ¿posicionamento¿ urbano no limite do núcleo da Lapa, aumentando o carácter específico da proposta arquitectónica preconizada. Da necessidade de criar, ao mesmo tempo, um limite e uma relação com o núcleo da Lapa e o seu exterior, esboçou-se uma frente, onde a fragmentação existe nos pontos de ligação e nas mudanças de espaços. Quer isto dizer que, no modo como assenta o edifício, desenvolve uma estrutura hierárquica com os diversos pontos urbanos significativos, fazendo com que o objecto proposto adquira sentido de existência real, valorizando o passado e distanciando- se dele. A relação significante de equilíbrio e da geometria definida a partir da Travessa de Salgueiros constrói, ambém, a parte ¿interior¿ do edifício, condição necessária e suficiente para transpor o edifício para uma nova escala de relacionamento urbano. As diversas alturas da volumetria reforçam a transitoriedade como elemento de referência contextual e de variação de escala, produzindo um edifício/espaço significativo de interdependência entre dois modos de fazer cidade. Se por conveniência de custos nos pareceu consequente uma tipologia assente no esquema "esquerdo-direito", também, dadas as características morfológicas do local, principalmente a pouca profundidade permitida do edifício, inviabilizam qualquer outro sistema tipológico. Adequou- se uma racionalidade tipológica na localização das habitações, com excepção nos pontos de viragem. A opção tipológica das habitações, segundo um esquema de distribuição em ¿corredor¿, resulta de uma identificação com o tecido que lhe é contíguo e de uma aproximação tipológica pelos elementos de composição de fachada. Dada a diferença de cotas entre os arruamentos colocaram-se os espaços dos quartos virados para o pátio e os espaços de serviços (lavandaria, cozinha,arrumos e casa de banho) para o lado dos arruamentos confinantes, reduzindo-se assim o vão da janela e, consequentemente, uma maior privacidade espacial pela diferença de cotas interior/exterior.