Rua Infante D. Henrique
Decorreu no dia 30 de janeiro, no Museu da Eletricidade, em Lisboa, a cerimónia de entrega das distinções do Prémio Nuno Teotónio Pereira que contou com a presença da Exma. Sra. Secretária de Estado da Habitação, Fernanda Rodrigues.
Sendo este o prémio mais antigo do setor do imobiliário, em Portugal, o Prémio NTP, que distingue os resultados reveladores do domínio técnico incentivando as boas práticas neste âmbito, reuniu no ano 2022 candidaturas na vertente de Reabilitação Urbana e na vertente de Produção Cientifica.
A presente edição registou 55 candidaturas a concurso, 45 na vertente de Reabilitação Urbana e dez candidaturas na vertente de Trabalhos de Produção Científica.
O Júri, na vertente de Reabilitação Urbana, presidido pelo Arq.º Fernando Almeida, entendeu distinguir 7 candidaturas e atribuir 3 prémios, 1 prémio especial e 3 menções honrosas.
Na vertente de Produção Científica, o Júri, presidido pela Dr.ª Isabel Dias, entendeu distinguir 2 candidaturas, tendo atribuído 2 prémios.
» Regulamento do Prémio NTP 2022
A reabilitação na Rua do Infante nº 103 e 107 enquadra-se no programa promovido pela Domus Social «Reabilitação de Edifícios Habitacionais da Zona Histórica do Porto, pertencentes à Câmara Municipal Porto» onde se pretende a reabilitação destes imóveis para uso predominantemente residencial com rendas a custos controlados.
As construções apresentavam uma reduzida área de implantação (aproximadamente 35m2) com uma organização interna onde a caixa de escadas ocupava o centro do lote.
Face a esta condicionante, optou-se por considerar as duas fracções como um todo, melhorando-se a área bruta disponível por piso, optimizando-se assim o espaço ocupado pelos acessos verticais.
Como estratégia de intervenção, a fusão das duas fracções não originou uma uniformização na pormenorização das mesmas. Como são construções distintas, foram tratadas também de forma diferente. Os apartamentos, que se desenvolveram na sua união, apresentam experiências espaciais distintas havendo contudo um fio condutor na sua pormenorização.
Procurou-se usar materiais e técnicas construtivas compatíveis e coerentes com o momento histórico e carácter dos edifícios.
Pontualmente, melhorou-se o comportamento térmico do edifício usando-se forras interiores em gesso cartonado ou reboco térmico na fachada tardoz. As caixilharias, profundamente adulteradas, foram alvo de substituição, tendo havido uma vez mais, um cuidado especial no seu desenho, de forma a responder às especificidades da linguagem de cada fracção.